Lição 17

Metodologia de análise técnica Mater

O curso intermediário "Gate Learn Futures" apresenta conceitos e a aplicação de vários indicadores técnicos, como gráficos de velas, padrões técnicos, médias móveis e linhas de tendência. Este artigo conclui o curso "Análise técnica: uma ferramenta útil para compreender tendências na negociação de contratos futuros". Hoje, vamos abordar de forma mais ampla e aprofundada o papel da análise técnica na negociação de contratos futuros, para ajudar os usuários a entender a essência metodológica por trás dessas estratégias.

Vários equívocos sobre análise técnica

Quem está começando no trading de criptomoedas pode ter dificuldade para obter lucro até aprender a interpretar linhas de tendência, padrões gráficos e padrões de candlestick. A maioria dos traders amadores acaba sendo severamente punida pelo mercado, perdendo tudo o que tem. Isso acontece porque conceitos errados levam à negligência dos três pilares do trading de cripto:

1: Ignorar a essência do mercado e das transações.

Entender o mercado é fundamental para que investidores consigam se posicionar e lucrar. É também a base sobre a qual o trader deve construir seu sistema de conceitos e estratégias.

O mercado é um ambiente de redistribuição de riqueza, e são as emoções humanas que influenciam as oscilações de preço. Na essência, o preço resulta da competição entre ordens de compra e de venda.

Como depende das emoções humanas, o comportamento do mercado mostra muita imprevisibilidade, instabilidade e volatilidade. Movido pelo jogo de forças do mercado e influenciado por políticas, notícias, recursos e emoções, o preço segue trajetórias diferentes conforme o período analisado. Embora, no curto prazo, o mercado se mova de forma desordenada e aleatória, no longo prazo sempre revela uma tendência geral.

2. Ignorar o impacto do período ao usar padrões técnicos para identificar sinais de trade.

Os padrões técnicos se dividem em diversos períodos, como 5 minutos, 15 minutos, 1 hora, 1 dia, 1 semana, entre outros. Em geral, a tendência de longo prazo domina a inclinação que se forma em períodos curtos. Ou seja, se a tendência de longo prazo continuar, a de curto prazo também não irá se desfazer. Por isso, estratégias de compra e venda baseadas em sinais de topo e fundo gerados por padrões de curto prazo não costumam funcionar. Não faz sentido discutir tendências sem citar o período. Só observando a trajetória do preço em ciclos diferentes é possível obter sinais mais precisos. É totalmente plausível acreditar que a tendência atual vai se manter enquanto a inclinação de longo prazo permanecer estável.

Dados de Big Data também mostram que quem opera seguindo tendências tende a obter retornos maiores do que quem busca lucro em oscilações de curto prazo. É aí que a análise técnica se destaca: ajudando o trader a identificar tendências e segui-las.

3. Confiar demais em um sinal isolado e aplicá-lo em qualquer cenário.

É essencial entender que o mercado não é um ambiente onde uma única técnica serve para tudo. Não existe indicador técnico que funcione universalmente em todos os cenários. Os sinais de trade se dividem em dois tipos: indicadores de tendência e osciladores. Os de tendência incluem Bollinger Bands, ADX, média móvel, entre outros, enquanto os osciladores abrangem RSI, KDJ, ROC, CCI. Um erro comum dos analistas técnicos iniciantes é usar um indicador sem considerar a situação específica, o que pode gerar sinais falsos e causar grandes prejuízos.

Traders experientes combinam diferentes indicadores técnicos para criar seu próprio sistema de análise, baseando-se em anos de experiência prática, e conseguem lidar com diversos cenários de mercado com eficiência.

Resumindo, a análise técnica é subjetiva e sua eficácia depende da pessoa que a utiliza. É fundamental lembrar que o mercado financeiro envolve riscos e retornos. Muitas vezes, um prejuízo não é culpa da ferramenta, mas do modo como você gerencia o risco.

Conceitos teóricos para o uso correto da análise técnica

A análise técnica parte de três premissas básicas:

  1. O comportamento do mercado absorve e reflete tudo;

  2. Os preços evoluem seguindo uma tendência;

  3. A história se repete.

É um método que analisa e avalia tendências do mercado com base em linhas de preço e gráficos. Em outras palavras, a eficácia da análise técnica está no fato de que o preço segue uma lógica evolutiva. Isso confirma a terceira premissa: a história se repete, sendo essa a mais decisiva das três.

Por que a história se repete?

Para responder, é preciso entender a relação entre três fatores que influenciam o mercado: preço, comportamento e psicologia. O “preço” representa o comportamento do mercado, resultado do embate entre compradores e vendedores. O comportamento de negociação é influenciado pela psicologia das forças de compra e venda. Essa psicologia envolve principalmente duas emoções: medo e ganância. Como existe uma inércia no modo como as pessoas reagem em certas situações, a tendência dos preços segue caminhos previsíveis em momentos decisivos do ciclo de negociação.

Ao revelar essa inércia, a análise técnica ajuda a entender o mercado e mostra tendências dentro de determinados períodos. O trader pode identificar os melhores pontos de compra ou venda a partir dos níveis de suporte e resistência. Cada investidor pode montar um sistema analítico que combine diferentes padrões temporais, oferecendo previsões sob diversos ângulos. Assim, investidores de curto, médio ou longo prazo podem agir no momento certo para potencializar seus ganhos.

Quando Charles H. Dow criou o índice médio de preços das ações em 3 de julho de 1884, ele incluía só onze ações, nove delas de empresas ferroviárias. Em 1897, o índice se dividiu em dois: o índice industrial, com 12 ações, e o ferroviário, com 20. Já em 1928, o índice industrial passou a cobrir 30 ações, e em 1929 foi ampliado para incluir o índice de utilidades. Apesar de novos índices terem surgido, todos vieram do índice original de Dow, de 1884.

No mercado de ações, a análise técnica existe há mais de um século, e ao longo desse tempo se consolidou um sistema analítico robusto. As técnicas usadas no mercado cripto seguem a mesma base teórica das regras de análise de ações, sendo adaptadas da metodologia clássica e ajustadas para as especificidades dos criptoativos.

Por que apresentar esse contexto? Por que a Teoria de Dow é tão relevante? Porque ela é a base de quase todas as teorias técnicas amplamente utilizadas — ou seja, todas são, essencialmente, versões da Teoria de Dow. Dow é o criador do sistema de análise técnica.

Principais escolas de análise técnica

Usuários de análise técnica costumam se dividir em cinco escolas principais: Indicadorista, Grafista, Padrãoista, Candlestickista e Ondista.

1. Indicadorista

O Indicadorista analisa todos os aspectos do mercado criando modelos matemáticos para calcular indicadores específicos, que refletem diferentes aspectos das condições de mercado. O valor gerado é chamado de índice, e junto das relações entre índices, permite entender o estado do mercado e tomar decisões. Informações desses índices muitas vezes não aparecem em relatórios convencionais.

Os indicadores mais usados são VOL, MACD, KDJ, RSI, MA, entre outros, divididos em três grupos: indicadores de tendência, osciladores e de energia.

2. Grafista

O Grafista traça linhas retas nos gráficos conforme métodos e princípios técnicos, e analisa a tendência dos preços olhando para a posição dessas linhas.

O método de traçado é essencial, pois a precisão da análise depende diretamente do correto posicionamento das linhas. Após anos de prática e estudo, surgiram várias teorias de traçado no mercado. As mais conhecidas incluem linhas de tendência e de canal. Linhas de cruzamento dourado, Gann e de ângulo também são populares entre traders. Saber usar essas linhas pode aumentar bastante a taxa de sucesso no mercado.

3. Padrãoista

Os Padrãoistas acreditam que a forma da trajetória dos preços indica se o mercado está em tendência de alta ou baixa, ajudando na tomada de decisão. Existem mais de uma dúzia de padrões conhecidos, como topo em M, fundo em W, cabeça e ombros, entre outros, todos fruto da observação de gerações de traders.

  1. Candlestickista

Os Candlestickistas usam diferentes formatos de K-lines para avaliar a força de compradores e vendedores. Comparando a força dos dois lados com K-lines variados, identificam quem está mais forte e se há domínio absoluto ou possibilidade de reversão. O gráfico de K-line é a principal ferramenta da análise técnica, detalhada em artigo próprio.

Como há mais de uma dúzia de formatos de K-line mesmo em um gráfico diário, é difícil calcular quantas combinações podem surgir em ciclos mais longos. Com experiência, traders já identificaram conjuntos de combinações de K-lines muito eficazes para prever tendências. Novos métodos seguem sendo criados, tornando-se ferramentas úteis para o trader.

5. Ondista

A teoria das ondas surgiu com Charles J. Collins, em 1978, no livro “Origin of Wave Theory”, mas seu criador foi Elliott, que apresentou a ideia original nos anos 1930.

A teoria das ondas compara os movimentos de alta e baixa dos preços com o movimento das ondas do mar. Assim como as ondas seguem regras naturais, os preços também oscilam conforme regras específicas.

Resumidamente, uma alta de preços passa por cinco ondas, e uma baixa, por três. Ao contar as ondas, é possível prever quando a tendência se inverte — de baixa para alta ou vice-versa.

Diferente das outras escolas, que só identificam tendências após formadas, o método dos Ondistas permite prever picos e fundos antes de acontecerem. Mas a teoria das ondas é considerada a mais complexa de todas. Na prática, é fácil se perder em grandes ondas que englobam menores e em movimentos entrelaçados. O uso da teoria ondista é uma questão de “só se entende depois que acontece”. Embora seja possível contar as “5 e 3” ondas ao fim do ciclo, prever corretamente enquanto a tendência está em curso é praticamente impossível.

Essas cinco escolas de análise técnica oferecem diferentes perspectivas para o trader entender e analisar o mercado. Apesar de algumas terem sólida base teórica e outras não, todas têm em comum o fato de terem resistido ao teste do tempo e permanecido relevantes. Ou seja, são fruto da experiência e da sabedoria de incontáveis traders.

Embora cada escola analise preços de modo distinto, elas não se excluem, pois compartilham o mesmo objetivo: apoiar o trader na compreensão do mercado. Assim, é possível combinar ferramentas para obter uma leitura mais precisa. Por exemplo, indicadores podem usar técnicas adicionais de análise gráfica para complementar a avaliação.

A diferença entre essas cinco escolas faz com que cada uma tenha seu foco próprio. Algumas priorizam tendências de longo prazo, outras de curto; algumas analisam posições relativas, outras absolutas; algumas olham o tempo, outras o preço. Independentemente das diferenças, todas concordam em um ponto: enquanto houver lucro, vale recorrer ao método que for mais adequado.

Monte seu próprio framework de análise

  1. Construa conhecimento teórico sólido
    Recomendamos que todos estudem e compreendam a Teoria de Dow. Como base clássica da análise técnica, ela evita muitos desvios na análise de mercado. A experiência prática determina o mínimo que se pode lucrar, enquanto o máximo depende da profundidade do conhecimento teórico.

  2. Entenda os fundamentos do trading e reconheça as limitações humanas
    A essência do trading já foi abordada acima. Mas outro fator que afeta o seu resultado — e define se você vai sobreviver e lucrar ou ser eliminado — é a sua emoção e psicologia durante o processo. Os traders experientes sabem da importância de manter o equilíbrio psicológico diante da volatilidade e respeitam tanto o mercado quanto suas próprias limitações. Ao reconhecer esses limites e assumir riscos calculados, podem obter melhores resultados.

  3. A experiência é o melhor professor e a reflexão é fundamental
    Além de estudar teoria, a melhor forma de evoluir no trading é operar contratos reais e refletir sobre cada operação. Só assim se entende os limites da análise técnica e de sua própria capacidade, ajustando o sistema analítico para maior precisão.

  4. Construa e aprimore seu sistema de trading
    Faça gestão científica de posições e controle de risco eficiente. Depois de montar um sistema inicial, teste na prática, ajuste continuamente e, ao final, estruture um framework completo que combine com seu perfil operacional.

Resumo

O curso “Análise Técnica: uma ferramenta útil para entender tendências em contratos de trading” faz uma introdução aos conceitos de K-line, tendências e padrões técnicos, resumindo o essencial da metodologia clássica e deixando de lado o que está ultrapassado. Esperamos que os artigos ajudem você a conhecer melhor essas ferramentas fundamentais e popularizem seu uso nas operações.

curso “Análise Técnica: uma ferramenta útil para entender tendências em contratos de trading”

Aviso legal

Este artigo tem caráter informativo e não constitui recomendação de investimento. A Gate.io não se responsabiliza por decisões de investimento. As informações sobre análise técnica, avaliação de mercado, habilidades operacionais e relatos de traders não devem ser usadas como base para decisões de investimento. Investir envolve riscos e incertezas, e este artigo não garante qualquer retorno.

Isenção de responsabilidade
* O investimento em criptomoedas envolve grandes riscos. Prossiga com cautela. O curso não se destina a servir de orientação para investimentos.
* O curso foi criado pelo autor que entrou para o Gate Learn. As opiniões compartilhadas pelo autor não representam o Gate Learn.
Catálogo

Lição 1:O que significa Análise Tecnológica do Mercado de Criptomoedas

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Lição 2:Diversos padrões de candlestick de alta

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Lição 3:Diversos padrões de candlestick característicos de movimentos de baixa

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Lição 4:Como aplicar o padrão de compra em baixa – cabeça e ombros invertido

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Lição 5:Como usar o padrão de reversão de baixa - cabeça e ombros

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Lição 6:Como aplicar o padrão de fundo — rounding bottom

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Lição 7:Como usar o padrão de reversão de baixa - rounding top

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Lição 8:Como usar o padrão bottom-fishing - double bottom (formato W)

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Lição 9:Como aplicar o padrão de reversão baixista - topo duplo (formato em M)

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Lição 10:Como aplicar o padrão bottom-fishing - reversão em V

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Lição 11:Como aplicar o padrão de continuação — triângulo ascendente

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Lição 12:Como utilizar o padrão de continuação – triângulo descendente

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Lição 13:Como usar o padrão de continuação - outros tipos de padrões de triângulo

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Lição 14:Como usar o padrão de continuação - padrão bandeira

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Lição 15:15 Como utilizar o padrão de continuação - padrão wedge

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Lição 16:Como aplicar o padrão de continuação — padrão de retângulo

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Lição 17:Metodologia de análise técnica Mater

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