O laureado com o Prêmio Nobel, Paul Krugman, acredita que a resiliência da economia dos EUA está a mascarar profundas irregularidades que a tornam tudo menos normal.
Num recente análise no seu blog, o economista descreveu as condições atuais como “anormais”, argumentando que os números de crescimento principais ocultam fragilidades estruturais ligadas à desigualdade e à expansão tecnológica desigual.
Uma Recuperação Que Não Parece Uma
Krugman disse que os dados gerais dão a impressão de estabilidade — inflação moderada, produção firme e sem demissões em massa — no entanto, a realidade subjacente é mais difícil de interpretar. A interrupção temporária do governo afetou a divulgação de estatísticas-chave, incluindo o relatório de emprego de setembro, deixando formuladores de políticas, investidores e analistas “voando parcialmente às cegas.” Na sua opinião, esse contexto ausente tornou o verdadeiro estado da economia muito mais incerto do que a maioria percebe.
Um Mapa Económico Desigual
Em vez de uma recuperação equilibrada, Krugman vê três distorções distintas moldando o ciclo atual. A primeira é a polarização setorial: um punhado de indústrias impulsionadas pela tecnologia, especialmente a inteligência artificial, está se expandindo agressivamente, enquanto os setores tradicionais lutam para recuperar o ímpeto pré-pandemia. A segunda é a imobilidade laboral: embora as perdas de emprego permaneçam limitadas, novas oportunidades são mais difíceis de encontrar, deixando muitos trabalhadores presos no lugar. Finalmente, a distribuição do crescimento foi dividida ao longo das linhas de renda, com os altos rendimentos e os proprietários de capital se beneficiando do boom da IA, enquanto a maioria dos lares enfrenta orçamentos mais apertados.
A Prosperidade Concentrada no Topo
Krugman caracteriza este padrão como uma forma de “crescimento em forma de K” - onde o avanço econômico se inclina para cima para alguns e para baixo para outros. O investimento relacionado à IA, observou ele, contribuiu para o aumento das métricas de produtividade, mas suas recompensas permanecem concentradas entre as corporações e os grupos de alta renda. Para os americanos de renda média e baixa, o custo de vida continua a subir mais rapidamente do que os salários.
O resultado, escreveu Krugman, é um paradoxo: uma economia que parece robusta por medidas tradicionais, mas que funciona anormalmente quando julgada pela distribuição e oportunidade. “Estamos a ver uma aceleração tecnológica”, explicou ele, “mas também uma erosão do equilíbrio — uma divisão crescente entre aqueles posicionados para lucrar e aqueles que ficam a ajustar-se a isso.”
A Mensagem Maior
O comentário de Krugman reflete um debate crescente dentro da comunidade económica sobre como a inteligência artificial, a desigualdade e as dinâmicas laborais distorcidas estão a remodelar o que “crescimento” realmente significa. A economia dos EUA pode estar a expandir-se, mas a sua estrutura — na visão de Krugman — já não se assemelha a um ciclo saudável de progresso generalizado.
A América, sugere ele, está entrando em uma era definida pela inovação sem inclusão, onde a prosperidade se torna cada vez mais desconectada da realidade do trabalhador médio.
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A Economia dos EUA Está “Já Não É Normal”, Avisam Especialistas
O laureado com o Prêmio Nobel, Paul Krugman, acredita que a resiliência da economia dos EUA está a mascarar profundas irregularidades que a tornam tudo menos normal.
Num recente análise no seu blog, o economista descreveu as condições atuais como “anormais”, argumentando que os números de crescimento principais ocultam fragilidades estruturais ligadas à desigualdade e à expansão tecnológica desigual.
Uma Recuperação Que Não Parece Uma
Krugman disse que os dados gerais dão a impressão de estabilidade — inflação moderada, produção firme e sem demissões em massa — no entanto, a realidade subjacente é mais difícil de interpretar. A interrupção temporária do governo afetou a divulgação de estatísticas-chave, incluindo o relatório de emprego de setembro, deixando formuladores de políticas, investidores e analistas “voando parcialmente às cegas.” Na sua opinião, esse contexto ausente tornou o verdadeiro estado da economia muito mais incerto do que a maioria percebe.
Um Mapa Económico Desigual
Em vez de uma recuperação equilibrada, Krugman vê três distorções distintas moldando o ciclo atual. A primeira é a polarização setorial: um punhado de indústrias impulsionadas pela tecnologia, especialmente a inteligência artificial, está se expandindo agressivamente, enquanto os setores tradicionais lutam para recuperar o ímpeto pré-pandemia. A segunda é a imobilidade laboral: embora as perdas de emprego permaneçam limitadas, novas oportunidades são mais difíceis de encontrar, deixando muitos trabalhadores presos no lugar. Finalmente, a distribuição do crescimento foi dividida ao longo das linhas de renda, com os altos rendimentos e os proprietários de capital se beneficiando do boom da IA, enquanto a maioria dos lares enfrenta orçamentos mais apertados.
A Prosperidade Concentrada no Topo
Krugman caracteriza este padrão como uma forma de “crescimento em forma de K” - onde o avanço econômico se inclina para cima para alguns e para baixo para outros. O investimento relacionado à IA, observou ele, contribuiu para o aumento das métricas de produtividade, mas suas recompensas permanecem concentradas entre as corporações e os grupos de alta renda. Para os americanos de renda média e baixa, o custo de vida continua a subir mais rapidamente do que os salários.
O resultado, escreveu Krugman, é um paradoxo: uma economia que parece robusta por medidas tradicionais, mas que funciona anormalmente quando julgada pela distribuição e oportunidade. “Estamos a ver uma aceleração tecnológica”, explicou ele, “mas também uma erosão do equilíbrio — uma divisão crescente entre aqueles posicionados para lucrar e aqueles que ficam a ajustar-se a isso.”
A Mensagem Maior
O comentário de Krugman reflete um debate crescente dentro da comunidade económica sobre como a inteligência artificial, a desigualdade e as dinâmicas laborais distorcidas estão a remodelar o que “crescimento” realmente significa. A economia dos EUA pode estar a expandir-se, mas a sua estrutura — na visão de Krugman — já não se assemelha a um ciclo saudável de progresso generalizado.
A América, sugere ele, está entrando em uma era definida pela inovação sem inclusão, onde a prosperidade se torna cada vez mais desconectada da realidade do trabalhador médio.